As excelências da Santa Missa de São Leonardo de Porto Maurício

Redação VOTC

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A Santa Missa é, para São Leonardo de Porto Maurício, o maior dom que Deus deixou à Igreja: o sacrifício do Calvário perpetuado sobre os altares, fonte de graças que sustentam o mundo e salvam as almas. 

Este artigo, baseado integralmente na obra As Excelências da Santa Missa, apresenta de forma fluida e contínua o ensinamento do santo: 

  • por que a Missa é o mesmo sacrifício da Cruz; 
  • como Cristo é o sacerdote invisível; 
  • por que a Missa contém valor infinito; 
  • como ela adora a Deus, repara os pecados, fortalece a fé, alcança graças e protege contra os males; 
  • porque, segundo o santo, o mundo existiria apenas por causa dela.

Ao compreender essa teologia espiritual, nasce no coração o desejo natural de participar da Missa com amor renovado, entendendo que ali está o grande tesouro deixado pelo Cordeiro.

 

O tesouro pouco conhecido: a majestade escondida da missa

São Leonardo começa sua obra lamentando que o maior tesouro da Igreja seja justamente o menos conhecido. Ele afirma com dor e admiração:

“Este tesouro é muito pouco conhecido. Se os fiéis o conhecessem, tudo sacrificariam para adquiri-lo.”

A Missa é apresentada como o centro de toda a vida cristã — não apenas uma devoção, mas o coração da fé. Ele a chama de:

“A maior maravilha e a maior riqueza da Igreja de Deus.”

A falta de compreensão, segundo ele, faz com que muitos assistam à Missa com frieza, sem perceber que ali se desenrola a cena mais sublime do universo: a renovação sacramental da Cruz.

 

O sacrifício da cruz tornado presente

A primeira e fundamental verdade que São Leonardo ensina — da qual fluem todas as outras — é que a Missa não é outro sacrifício, mas o próprio sacrifício do Calvário tornado presente.

Ele escreve:

“A principal excelência do santo sacrifício da Missa consiste em ser essencialmente o mesmo oferecido no Calvário.”

Nada é igual a isso: cada Missa torna visível, sob os véus sacramentais, o ato redentor no qual Cristo entregou a vida ao Pai.

A única diferença é o modo: Cruento na Cruz; Incruento no altar.

Mas a oferta é a mesma, a vítima é a mesma, o sacerdote é o mesmo.

Por isso o santo exclama que, na Missa:

“A obra da nossa Redenção se exerce.”

Não é um memorial simbólico — é a própria Cruz, aplicada às almas de cada tempo.

 

Cristo: o sacerdote invisível de toda missa

Se o sacrifício é o mesmo, também o sacerdote é o mesmo: Jesus Cristo. São Leonardo insiste:

“O Sacrifício da Santa Missa tem por sacerdote o próprio Jesus Cristo.”

O ministro humano empresta a voz e as mãos; Cristo age invisivelmente.

E aí está uma das maravilhas mais humildes e surpreendentes: Deus utiliza um homem pecador para realizar o maior dos milagres. O santo escreve:

“A Missa é sempre agradável a Deus, ainda que o padre seja pecador.”

A eficácia não depende da santidade do celebrante, pois quem oferece é o Cordeiro imolado, vivo e glorioso.

 

A palavra que faz Deus descer à terra

São Leonardo medita com assombro sobre o momento da consagração. A palavra do sacerdote — palavra de um homem — tem poder, pelo mandato de Cristo, de tornar presente o próprio Deus:

“A palavra de um homem… faz descer do Céu o Filho de Deus.”

Ele considera esse ato um milagre maior do que a criação do universo, pois, na criação, Deus trouxe coisas à existência; na Missa, Ele se dá a Si mesmo.

Assim, cada consagração é uma nova epifania da Encarnação.

 

A missa sustenta o mundo: o escudo contra a justiça divina

São Leonardo chega a uma das afirmações mais impressionantes de toda a espiritualidade católica:

“Se o mundo não tivesse a Santa Missa, que seria de nós?”

Para ele, sem a Missa, a humanidade teria sido consumida pela justiça divina. Ela é:

  • “o arco-íris que detém os raios da cólera de Deus”,
  • “o sustentáculo que permite ao mundo subsistir.”

A cada Missa, Deus, vendo o sacrifício do Seu Filho, renova Sua misericórdia sobre a terra.
Nós vivemos, respiramos e existimos porque a Missa continua a ser celebrada.

 

A missa como ato infinito de adoração

O homem deve a Deus um culto infinito — mas, por ser criatura, jamais consegue oferecê-lo por si só. Na Missa, porém, Cristo adora o Pai em nosso nome. São Leonardo escreve:

“Na Missa, Deus é adorado por Deus mesmo.”

Por isso, quem assiste devotamente à Missa oferece ao Pai:

  • uma adoração infinita,
  • perfeitamente digna,
  • absolutamente pura.

Ele chega a dizer:

“Assistindo à Missa, damos a Deus mais glória do que todos os anjos e santos juntos.”

Esse é o valor sobrenatural do sacrifício eucarístico.

 

A missa repara pecados e alcança perdão

Embora o sacramento específico da remissão dos pecados mortais seja a Confissão, São Leonardo ensina que a Missa produz frutos profundos na alma:

  • arrependimento,
  • abrandamento do coração,
  • perdão dos pecados veniais,
  • força para resistir às tentações.

Ele recorda as palavras dos santos:

“Quem assiste devotamente à Missa não cairá em pecado mortal e os pecados veniais lhe serão perdoados.”

Por isso, recomenda que os fiéis associem a Missa às intenções de purificação interior e reparação.

 

A missa é ação de graças perfeita

O santo medita sobre o que significa elevar “o cálice da salvação” e conclui:

“Com a Santa Missa, podemos agradecer a Deus mais do que toda a criação inteira.”

Nada que o homem possa fazer iguala a gratidão que Cristo oferece ao Pai no altar.
E quando o fiel se une ao sacrifício, participa desta ação de graças infinita.

 

A missa obtém todas as graças necessárias para a salvação

Aqui São Leonardo atinge um dos pontos centrais do seu ensinamento espiritual. Ele escreve:

“A Missa nos alcança todas as graças espirituais e temporais… se concorrem para a salvação.”

Isso inclui:

  • conversão,
  • proteção,
  • saúde,
  • paz interior,
  • solução de dificuldades,
  • perseverança final.

Ele insiste que os fiéis peçam grandes coisas na Missa: “Pedi grandes graças: pedis a um Deus que não se empobrece.”

E cita São Jerônimo: “O Senhor nos dá tudo o que pedimos na Missa… e muitas vezes o que não pedimos.”

 

O poder protetor da missa: escudo contra os males visíveis e invisíveis

O santo não hesita em afirmar que a Missa protege de perigos corporais e espirituais. Ele recorda:

  • São Gregório: “Pela Missa, o homem é preservado de muitos males e perigos.”
  • Santo Agostinho: “Quem assiste devotamente à Missa não morrerá de morte súbita.”

A Missa coloca a alma sob a guarda do Cordeiro imolado.

 

O valor infinito de uma única missa

O ensino mais audacioso, porém totalmente conforme à teologia, é este:

“Numa única Missa está encerrado todo o fruto da Cruz.” (São Tomás de Aquino)

E São Leonardo resume: “Se Cristo não tivesse morrido na Cruz, mas instituído a Missa e mandado celebrar apenas uma, essa Missa bastaria para salvar todo o gênero humano.”

Isso porque seu valor deriva diretamente da dignidade infinita de Cristo.

Não existem “missas pequenas”. Cada Missa é infinita.

 

A missa é o maior bem da terra

São Leonardo encerra com um clamor que ressoa como um apelo à conversão: “Oh! Que admirável tesouro! Que imenso tesouro!”

E adverte: “Que nunca mais se ouça de vossos lábios: ‘uma Missa a mais, uma Missa a menos, que importa?’”

A Missa é:

  • o coração da Igreja,
  • a renovação da Cruz,
  • a fonte de todas as graças,
  • o sustento do mundo,
  • o caminho seguro para o Céu.

É impossível compreender suas excelências sem que o coração se inflame de amor e reverência.

 

Na igreja da Ordem Terceira do Carmo temos a santa missa todos os dias. Confira o horário aqui.

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