A Liturgia da Semana Santa

Redação VOTC

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Por séculos e séculos a tradição se mostra presente e mais atual do que nunca. Apesar de tantos desmandos e dificuldades, tantas lutas contra o mal que quer se instalar em definitivo nos lares, a família católica espera com ansiedade e devoção esta época: a semana santa.

Trata-se da tradição daqueles dias que antecedem as sagradas cerimônias da paixão e da gloria de Cristo, como nos mostram as escrituras e que a Igreja soube muito bem preservar em sua memória.

Por quarenta dias a Igreja fica concentrada na preparação para este tempo, se esmerando na prática do jejum, da oração e da penitência que devem (pelo menos deveriam) ganhar prioridade no coração dos católicos. Nem sempre é assim, mas quando vivida verdadeiramente a quaresma, o ingresso para a entrada digna nestas datas é justificado e, sem dúvida, abençoado.

“Este é o tempo de conversão, este é o tempo da salvação”, diz a música que é entoada no acolhimento das missas que preparam esta época de santidade.  Conversão. Salvação. Entrega, dedicação e fé; elementos certeiros para que a devoção a semana santa seja elevada aos céus.

Os ritos são belíssimos e tocantes, a vestimenta austera, as palavras são cuidadosamente preparadas, as homilias nos levam ao encontro do calvário, como em uma dramática representação de fatos extremos em uma série exibida nas redes sociais. Luzes, escuridão, trevas. Uma missa que não acaba.

Segundo o Padre Beneditino Juan Flores Arcas, presidente do pontifício instituto Litúrgico de Roma, em entrevista ao ZENIT International News Agency (ZENIT Daily Dispatch-História da Semana Santa), foram encontrados vestígios fiéis da Vigília Pascal já no segundo século da era cristã: “Era sempre uma noite de vigília, em memória e expectativa da ressurreição de Jesus Cristo”, diz o padre.

Conforme o mesmo sacerdote, “à vigília logo se juntou a recepção dos sacramentos da iniciação cristã: o batismo, a confirmação e a eucaristia, de modo que se tornou, por sua vez, a grande noite sacramental da Igreja”.

“Posteriormente, a Vigília Pascal foi estendida no tempo e transformada no tríduo da Paixão, morte e ressurreição do Senhor, que Santo Agostinho já mencionava como uma celebração muito generalizada”, enfatiza.

O Espírito Santo verdadeiramente presente faz com que a atmosfera das missas se torne impressionante.

A jornada de Cristo em direção a Cruz se inicia em uma cena de louvor, amor e devoção. Quem poderia imaginar, naquele momento, que em breve o sangue daquele homem tão bom, querido e ovacionado com palmas verdes frescas de palmeiras pelo povo, iria tingir o madeiro elevado no monte calvário?

O que você encontrará neste artigo:

  • Domingo de Ramos
  • Segunda-feira Santa
  • Terça-feira Santa
  • Quarta-feira Santa
  • Quinta-feira Santa (Missa In Coena Domini)
  • Sexta-Feira Santa, ou da Paixão
  • Sábado Santo (e que sábado!)
  • Domingo da Ressurreição

Domingo de Ramos

Nossa jornada se inicia. Jesus, cumprindo com as profecias entra em Jerusalém montado em um jumentinho que foi tomado por empréstimo para que, sobre seu lombo, fosse carregado o rei dos reis. Um jumentinho, não um alazão. Tapetes como assento e não uma sela magnificamente ornada. Uma túnica branca e não uma armadura composta de metal e couro.

Uma cena completamente diferente daquela que os mestres da lei pregavam que seria a vinda do Messias, do Salvador.

No Domingo de Ramos, a Igreja celebra a entrada de Cristo em Jerusalém. Na ocasião ramos de folhas de palmeiras foram utilizados pelo povo para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado naquele jumentinho. Assim, atualizando a memória da Igreja, os fiéis são armados com ramos de palmeira e o celebrante recebe um ramo maior.

Os ramos serão abençoados com a aspersão de água benta e é feita uma procissão que traz a memória a entrada de Cristo na Cidade Santa.

Estes mesmos ramos, em época propícia, serão recolhidos e queimados, gerando as cinzas para a missa da Quarta-Feira de Cinzas do próximo ano.

A Igreja recorda os louvores da multidão que recebia Jesus proclamando: “Hosana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do Senhor” (Lc 19, 38 – MT 21, 9). Aqui, manifestamos a nossa fé em Jesus Cristo, como Rei e Senhor nosso.

 Segunda-feira Santa.

Neste dia proclama-se, durante a Missa, o Evangelho de João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus entra na cidade de Betânia para ver uma última vez os seus amigos. O tempo da sua paixão se aproxima: “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (Jo 12,7).

A liturgia, rica, nos traz como primeira leitura aquela que versa sobre o servo sofredor: “Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas”, dita a antífona do missal romano. O Salmo é o 26: “O Senhor é minha luz e salvação”.

Terça-feira Santa

A morte de Jesus é iminente, e a liturgia nos transporta para momentos da última ceia. Ali Jesus prediz a traição de Judas, há o amoroso encostar da cabeça de Joao no peito do Senhor e a predição da fraqueza de Pedro, tão eloquente em responder a Cristo que “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!”. E ali Jesus revela duramente a Pedro o quanto ele seria fraco no momento crucial. As escrituras soavam alto, acima dos desejos valorosos de quem não poderia sustentá-los. Jesus insistirá: “Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele”.

A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca anunciará a tua justiça.” É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.

Quarta-feira Santa

A liturgia continua como rica e fértil em preparação ao momento central. A primeira leitura antecipa o sofrimento de Cristo frente aos seus funestos acusadores, em uma passagem de Isaias, 50. O monólogo do servo desenvolve particularmente o tema inspirado no segundo poema do “Servo do Senhor”, que se mostra como uma situação de perseguição moral e física. “O sofrimento é aceito pelo servo e posto em relação com o chamado que Deus lhe renova a cada dia”, nos diz o missal.

O Salmo é o 68 – Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus”.

O evangelho é o de Mateus, que já prefigura a morte de Cristo, a ser traído por um de seus discípulos, porém adverte quanto as gravíssimas consequências que serão conferidas àquele que o trairá.  Ao final do evangelho há um diálogo franco entre o traído e seu traidor: “Mestre serei eu?”, e como resposta, Jesus o indaga: “Tu o dizes”.

Em muitas paróquias, especialmente naquelas localizadas nas comunidades rurais, é encenada a “Procissão do Encontro”. Os homens saem de um ponto (uma igreja ou outro local) carregando em andor a Imagem de Nosso Senhor dos Passos e, de outro lado, saem as mulheres carregando Nossa Senhora das Dores.  

O encontrar da mãe de Cristo com seu filho amado é momento de profunda dor e meditação. O Sacerdote entoa o “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, sobre a conversão e a penitência.

Quinta-feira Santa (Missa In Coena Domini)

A celebração da quinta-feira santa é muito própria e é composta por alguns ritos e cerimonias:

A bênção dos santos óleos,

Nesta cerimônia são abençoados aqueles óleos que serão utilizados por todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos.

O Lava-pés.

Nesta celebração, também ocorre o ritual do Lava-pés, que recorda a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, demonstra seu profundo amor para com os homens e claramente os remete a reflexão de sua vinda: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vos me chamais de mestre e senhor, e dizes bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”.

A Instituição da Eucaristia.

Na Santa Missa da Ceia do Senhor (Coena Domini), a Igreja inicia o “Tríduo Pascal” e faz memória da última Ceia. Nela, Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho (…isto é meu corpo, …isto é meu sangue), e os ofereceu aos apóstolos para que os tomassem. Mais ainda, pediu que eles também oferecessem aos que os sucederiam (“fazei isto e memória de mim”).

Aqui, também, celebra-se a instituição do sacerdócio, pois, foi na véspera de Sua Paixão, durante a última Ceia, que Jesus disse: “Tomai e comei, isto é meu corpo [..] Fazei isto em memória de mim”. Neste momento, Cristo institui a Eucaristia (como vimos acima) e o sacerdócio.

Transladação do Santíssimo Sacramento.

A missa é concluída, porém os fiéis permanecem reunidos. É o momento de ser transladado Jesus eucarístico, do sacrário para o altar de reposição. A assembleia acompanha o cortejo em procissão, entoando canto eucarístico próprio (“Vamos todos”, ou outro apropriado). O Sacerdote deposita a eucaristia no tabernáculo e se retira, junto com seus ministros. Neste momento a assembleia é convidada a adorar o santíssimo sacramento, com respeito e reflexão de momento tão sublime.

Sexta-feira Santa, ou da Paixão

Data máxima que nos traz a paixão e Morte de Jesus Cristo.

É dia de silêncio, jejum e oração e de profundo respeito diante da morte do Senhor. Somos encorajados a viver o momento e, portanto, não é hora para diversão, conversas fúteis, comilança enfim, viver os prazeres. Também não se deve trabalhar (somente se for possível).

A tarde da Sexta-feira Santa, especialmente às 15 horas, horário em que Jesus foi morto, é celebrada a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: Liturgia da Palavra, Adoração da cruz e Comunhão eucarística.

As leituras, com passagens de Isaías (como nos dias anteriores), a carta aos Hebreu, de Paulo e o evangelho do apóstolo Joao, longíssimo (Jo 18, 1-19, 42) nos fazem reviver as profecias, os testemunhos e os momentos derradeiros de sua paixão.

No evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o seu lado e o milagre da agua e do sangue que jorram de seu lado.

A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança.

Nesta celebração, há a veneração da santa Cruz, momento em que o madeiro é apresentado de forma solene à comunidade. 

Nesta missa, não há comunhão eucarística até a celebração da Páscoa.

Ofício de Trevas

O ofício de trevas (e não “das trevas”) é um conjunto de leituras, lamentações, salmos e preces penitenciais. Trevas porque herda a tradição quanto a forma que era celebrado o ritual. A Igreja fica completamente às escuras tendo somente um candelabro triangular, com velas acesas que se apagam aos poucos durante a cerimônia.

Sermão das Sete Palavras

Adotado conforme a paróquia, este sermão nos remete às sete últimas palavras de Jesus, no alto da Cruz, antes de expirar:

“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem…”,

“Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”,

“Mulher, eis aí o teu filho… Eis aí a tua Mãe”,

“Tenho Sede!”,

“Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?”,

“Tudo está consumado!”,

“Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!”.

À noite as paróquias fazem encenações da Paixão de Jesus Cristo, contemplando o Sermão da Descida (descendimento) da Cruz e em seguida a Procissão do sepultamento, carregando a imagem do Senhor morto, em andor.

Especial ponto de atenção é a reflexão sobre as dores de Maria, que também é feita por alguns sacerdotes em honra a virgem dolorosa.

Sábado Santo (e que sábado!)

Neste ponto, Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos. Silêncio de palavras, de atos, de ações. Respeito e honra ao senhor que descansa no sepulcro. Mas, como nos dizem as leituras, Cristo vai ao encontro dos patriarcas para resgatá-los em sua morada.

Vigília Pascal

Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, sua descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum sua Ressurreição.

A Vigília Pascal se inicia na noite de sábado em memória à noite santa da ressurreição gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, sua vitória sobre a morte.

É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc 12,35-36), mantenham acesas as lâmpadas, na expectativa de, como as cinco virgens prudentes que esperam o esposo chegar (Mt 25, 1-13), os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.

Bênção do fogo

A assembleia se reúne fora da Igreja, onde é preparada uma fogueira. Então, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um objeto cortante, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo.

Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo o que é criação, como homens, as coisas e o tempo, permanecem sob sua realeza.

Procissão do Círio Pascal

Permanecendo com as luzes apagadas o sacerdote toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando as palavras: “Eis a luz de Cristo!”, em ação solene.

A assembleia então responde: “Demos graças a Deus!”. Neste momento a assembleia acende as suas velas a partir da chama do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado que é a luz do mundo que desbrava as trevas do mal e nos conduz ao éden, avança em procissão.

Proclamação da Páscoa

A Assembleia permanece em pé com as velas acesas. O sacerdote faz o incensamento do Círio Pascal e, em seguida, a Páscoa é proclamada.

O anúncio da Páscoa traz a todos a alegria da ressurreição, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria é herdada da vitória de Cristo sobre as trevas que nunca poderiam deter o filho de Deus, uníssono verbo encarnado. Concluída a proclamação, apagam-se as velas.

A Liturgia da Palavra desta noite, convida a assembleia unida no centro do amor de Deus, a se deter mais do que o usual na proclamação da palavra. São efetuadas sete leituras de passagens da Bíblia e sete Salmos que antecedem ao evangelho.

As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).

O Batismo

Neste dia celebra-se o batismo dos catecúmenos em um rito repleto de simbologias que nos remetem a renovação de nossas promessas do Batismo, como a renúncia às obras de Satanás, e a adesão a fé em Cristo, ressuscitado e vivo. Ladainhas, leituras e gestos sacramentais nos elevam à presença da Santíssima trindade Deus

Domingo da Ressurreição

Hoje ressoa na Igreja o anúncio Pascal: Cristo Ressuscitou; ele vive para além da morte; é o senhor dos vivos e dos mortos”. Assim inicia o missal na data do Domingo de Páscoa.

Este é o dia santo mais importante da Igreja. Depois de ser traído, de tanto sofrer, morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados.

Jesus ressuscita num domingo, logo depois da Páscoa judaica. A Páscoa (Pêssach, em hebraico) significa literalmente “passagem” (pois o Senhor “passou” sobre as casas dos filhos de Israel, poupando-os. Ex 12:27) ou seja, é a passagem da escravidão para a liberdade.

A liturgia é alegre, cheia de esperança e de amor. Refulge a vitória de Cristo que nos traz a boa nova para que nos convençamos que é divino ser de Deus!

Através da sua ressurreição, Jesus nos mostra de maneira definitiva que a morte não é o fim e que ele sim é o filho de Deus. Todo aquele temor que seus discípulos tiveram em razão de sua morte na Sexta-feira, agora transforma-se em esperança e júbilo.

O Papa Francisco, em sua homilia para a Vigília Pascal de 2020, nos deixa uma importante mensagem:

Queridos irmãos e irmãs,

Verdadeiramente palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento não são as que queremos ouvir neste tempo. Mais, queremos bani-las de todos os tempos! Aquelas parecem prevalecer quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso.

Com estas reflexões, gostaria de vos desejar a todos uma feliz Páscoa!

Esta é a esperança que Cristo quer de nós: que vivamos com o pensamento centrado em sua demonstração do que é ser santo e o que é verdadeiramente ser apaixonado por seu semelhante, entregando-se até o maior sofrimento mas com os olhos voltados à verdade que é a ressurreição!

Christus vincit, Christus regnat; Christus, Christus Imperat !

Fontes:

Missal Romano Dominical – Missal da Assembleia Cristã – Paulus, 2013.

https://opusdei.org/pt-pt/article/textos-papa-francisco-semana-santa-2020/, acessado em 01/04/2023

https://bibliotecacatolica.com.br/blog/espiritualidade/semana-santa/,  acessado em 31/03/2023

https://judaismonazareno.org/pessach-o-que-e-e-como-celebrar/, acessado em 31/03/2023

https://cleofas.com.br/a-liturgia-da-semana-santa/, acessado em 31/03/2023

https://www.cnbb.org.br/261402-2/, Semana Santa: o significado de cada dia da celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo, acessado em 01/04/2023

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