Unidos, mesmo na Cruz

Redação VOTC

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Quando rezamos o “Creio”, professamos a crença na Comunhão dos Santos. O Catecismo da Igreja católica define esta Verdade de nossa Fé com as seguintes palavras dentre outras: “Este termo designa também a comunhão das ‘pessoas santas’ em Cristo que ‘morreu por todos’, de sorte que aquilo que cada um faz ou sofre em Cristo e por Ele, produz fruto para todos” (CIC, 961). Tal doutrina se fundamenta também na Palavra de Deus fazendo eco ao que ensina o apóstolo São Paulo: “Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros participam de sua alegria.” (1Cor 12, 26)

A atual emergência de saúde causada pela pandemia do COVID-19, obrigando as pessoas – de modo especial as mais vulneráveis – ao recolhimento em suas casas, cerrando as portas de muitos estabelecimentos comerciais, de cultura, de lazer e, tristemente, impondo o fechamento das portas das igrejas em muitos lugares, tem exigido que as pessoas encontrem formas novas de convívio. Dos cristãos tem, pois, exigido que vivam de maneira ainda mais intensa a Comunhão dos Santos e, nessa realidade específica, a Comunhão com o sofrimento que, nestes dias recai sobre todos, com maior ou menor intensidade.

Sendo assim, os Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus que a Igreja celebra nestes dias, são experimentados com intensidade ainda maior e apresentados com cores ainda mais vivas e dramáticas, extrapolando o ambiente da liturgia e do culto. É como se a Cruz do Senhor apontasse para além das igrejas, indicando, mostrando, escancarando o sofrimento de Cristo no sofrimento que suportam os filhos e filhas de Deus, e não apenas em tempos de COVID-19.

Com a caridade e a compaixão de Cristo vivamos, portanto, também esta dimensão da Comunhão dos Santos. Que esta vivência nos ajude a repetir o que ensinou, o mesmo apóstolo São Paulo: “… Vou completando em minha carne o que falta nas tribulações de Cristo, a favor do seu corpo, que é a Igreja.” (Cl 1, 24b).

Nos lembraremos deste ano como, talvez, aquele no qual vivemos mais intensamente nossa Quaresma e as celebrações dos Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus; porque os vivemos juntos, na Comunhão dos Santos. Unidos, mesmo na Cruz.

Senhor, tende piedade de nós. Amém.

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