Todos os anos, nesta época, nos deparamos com uma pergunta que as vezes parece bem inocente, se as pessoas não soubessem que somos católicos (não os de IBGE) e que praticamos o que a Igreja nos pede. A pergunta é: “Onde você vai pular o Carnaval?”.
A resposta mais honesta seria: “na verdade vou pular esta data” ou ainda “vou pular de cabeça na leitura, adoração e oração”.
Esta mesma pergunta, se feita há anos atras, poderia ter uma oura resposta: “Vou para um clube com meus filhos e esposa para dançarmos e brincarmos um pouco”. Pena, é coisa do passado planejar ir a algum lugar onde as pessoas estão imbuídas de respeito e querem apenas saírem do comum.

O mundo mudou. Especialmente no Brasil o que vemos é a busca insana pelo consumo de bebida, de quem usa menos pano, usar fantasias de “capetinha”, “bruxinha”. Claro, sempre com a resposta pronta: “O importante é ser feliz!” ou “Nada há de demais em se vestir de demoninha”. O que importa é o que temos no coração” …
Ainda há aqueles que acham o “máximo” uma escola de Samba ver Satanás espancando e arrastando Jesus ensanguentado na passarela.
Já não bastasse o sem-número de oportunidades que aparecem todos os dias para ganharmos um ticket sem volta para o Inferno. Pedir um destes, premiado, para que a viagem seja alucinante ao mesmo destino, realmente é comportamento a ser estudado.
Mas afinal, será que temos algo de diferente quanto ao Carnaval, além de dizer que é aquela época em que se economiza enormemente na roupa e se gasta na mesma proporção nas drogas, promiscuidade e na destruição de valores?
O que você encontrará neste artigo:
- La vem o Carnaval
- A Igreja e o Carnaval
- Cristão brincando Carnaval… então…
- O Carnaval e o Católico. A arvore do bem e do mal.
- O Avestruz
- Período fértil para o Católico.
- A Quaresma: Penitência, Jejum e Oração.
A Carnaval é o período antecede a quaresma. Quer conhecer sobre o tempo da Septuagésima, Sexagésima e quinquagésima? Leia o artigo que preparamos.
La vem o Carnaval
Há divergências quanto a sua origem, porém uma das mais aceita entre os historiadores é aquela que diz que a comemoração nasceu nas civilizações Romanas e… Gregas, por volta do século VI a.C. Atribui-se a festa a uma celebração ao Deus Dionísio ou Baco, para os Romanos.
Em uma espécie de Nave (navio) que era denominado “Currus navalis”, se colocavam homens e mulheres nus, animais, alimentos, bebida como oferta ao Deus do Vinho. Mais tarde o nome da nave foi abreviado para “carnavale”. O povo, embebido de vinho e motivado pela música, se entregava aos “Bacanais” (festa de Baco) o que, com o tempo, foi proibido pelo senado Romano.
Há também relatos de festas semelhantes na Fenícia e no Egito Antigo.
A Igreja e o Carnaval
Existe uma outra versão que nos conta que o Papa São Gregório Magno (590-604) teria concedido ao último domingo antes da Quaresma o nome de “Dominica ad carnes levandas”; o que teria gerado “Carneval” ou carnaval.
A Igreja, em sua natureza missionaria, já encontrara este culto pagão arraigado nas almas do povo. O Carnaval não foi criado pela Igreja, como muitos assim pensam.
Pelo contrário, com sabedoria, ao longo do tempo a Igreja foi transformando a consciência coletiva para que a festa fosse limitada a apenas três dias: aqueles que antecedem a Quaresma. Assim as pessoas que celebraram um período de gozo e festa (dentro de limites dados por Deus), em seguida entram no tempo de penitência que representa a memória da Paixão de Cristo.
Cristão brincando Carnaval… então…
Não há um documento da Igreja que explicitamente diga que o fiel não possa participar do Carnaval. Por outro lado, pela própria experiência moral sabemos que o tempo do “Carnevale” é um tempo em que os excessos acontecem.
Tais excessos ocorrem da maneira mais simples e evidente: somos humanos. Somos tentados diariamente em nosso trabalho, escola, até nos grupos religiosos, atraídos por belezas, extravagancias, comentários picantes, olhares.
O que se dizer então daqueles prazeres oferecidos no Carnaval? Em bloquinhos, bailes, passarelas: Corpos nus, bebida, música ritmada… O Ambiente oferece as condições ideais para empurrar o Católico ladeira abaixo…
A oportunidade faz o ladrão, já dizia o ditado.
“Um sem-número de cristãos se perde por não querer evitar as ocasiões de pecado. Quantas almas lá no inferno não se lastimam e queixam: Infeliz de mim! Se tivesse evitado aquela ocasião, não estaria agora condenado por toda a eternidade!” Santo Afonso Maria de Ligório
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O Carnaval e o Católico. A arvore do bem e do mal.
Não é de hoje que presenciamos um aumento cuidadosamente gradativo das afrontas contra a nossa fé, contra nossa religião, principalmente neste período. Escolas de samba trazem seus sambas-enredo e alegorias ofendendo, de forma gratuita, a dignidade de Cristo e de sua Mãe Santíssima. Com qual intenção? Qual é o plano?
Não são questões necessárias de serem respondidas por algum acadêmico. Basta refletir um pouco para se chegar à seguinte conclusão:
“A intenção é polemizar, é ridicularizar a fé a ponto de levar aquelas reses desgarradas em direção ao curral de execução. Ali, já sem volta, lhes restará chorar pela eternidade sem entender direito o porquê estão lá”.
O Plano, é o mesmo que está descrito no livro do Gênesis, que descreve uma conversa picante que despertou a curiosidade (e a nossa morte) de nossos primeiros pais, pois Está escrito:
“Oh, não! – tornou a serpente – vós não morrereis! Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal. A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom para comer, de agradável aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência, tomou dele, comeu, e o apresentou também ao seu marido, que comeu igualmente.” [Gn 3,4-6)
O Avestruz.
Então preciso me trancar em casa e enfiar a cabeça debaixo do travesseiro, como um Avestruz faz com um buraco? Não.
O que o Católico de verdade precisa fazer neste período é encarar de frente a situação. Sem precisar ser do mundo, mas nele estar, o Católico tem a oportunidade (e Missão) de usar este tempo para salvar almas. Sim, salvar almas!
OK, mas como se dá isso?
Primeiramente, antes de tomar a decisão do que irá fazer, devemos nos questionar: “O ambiente que pretendo ir facilitará, de alguma forma, a promiscuidade, o adultério e a violação da moral?”
Será que tenho a força suficiente para ir ao baile de Carnaval e ali eu apostolar e trazer almas para Cristo? Será que as pessoas ali estão dispostas a se despirem de suas fantasias de alienação e se vestirem com o Sangue do Cordeiro?
Se tenho dúvidas quanto a isto (não nos esqueçamos que somos humanos) fujamos. Nos lembremos do apostolo dos Gentios na carta aos Filipenses:
‘Com temor e tremor operai a vossa salvação’. Quem não teme e ousa expor-se às ocasiões perigosas, principalmente quando se trata do pecado impuro, dificilmente se salvará. [Fl 2,12]
Jesus e Maria no Carnaval, Oi?
Melhor ainda se perguntar: “O que Cristo e Maria fariam em meu lugar?”. Será que eles iriam a uma festa essencialmente pagã, vestidos com quase nada, latinha de cerveja na mão, cantando que Satanás travestido das entidades pagãs, agora tão em moda, é rei?
Será que Maria iria ficar batendo palmas e celebrando ao ver a representação de seu filho ensanguentado e arrastado por Satanás na passarela, em sinal de submissão?
Período fértil para o Católico.
Este é o tempo propício para se preparar para a Santa Quaresma. Buscar retiros espirituais, aprofundamento de estudos, a confissão são ações que nos fazem recuperar graças que nos privamos, por nosso pecado. Grupos de oração promovem adoração, grupos de jovens viajam juntos para lugares onde a paz é fermento para a música (digna), pregação e contemplação.
É um período importante para que o Católico observe com olhos vivos os sinais dos tempos que estão para vir. Jesus está voltando.
“Para desagravar o Senhor ao menos um pouco dos ultrajes que lhe são feitos, os Santos aplicavam-se nestes dias do carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à oração, à penitência, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com seu Bem-Amado. Procuremos imitar estes exemplos, e se mais não pudermos fazer, visitemos muitas vezes o Santíssimo Sacramento e fiquemos certos de que Jesus Cristo no-lo remunerará com as graças mais assinaladas.” [Prof. Felipe Aquino]
A Quaresma: Penitência, Jejum e Oração.
A palavra “Quaresma” vem do latim “Quadragesima” que quer dizer “quarenta dias”.
A sua origem tem inspiração na período em que Cristo sofre a tentação no deserto por quarenta dias. Pelo mesmo período temos Noé na Arca. Também se associa a Moisés, que conduz o povo de Israel à terra prometida por quarenta anos, em provação no deserto do Sinai.
Este é o tempo de quarenta dias, instituído pela Igreja em preparação para a Páscoa de Cristo. Tem por início a Quarta-feira de Cinzas e se estende até a Quinta Feira Santa.
É um tempo em que devemos nos dedicar a “penitência, jejum e oração”, para que o Cristão busque a redenção de seus pecados: um encontro pessoal com Jesus.
Na Quarta-feira de Cinzas, são impostas cinzas sobre a cabeça dos fiéis que participam da ação litúrgica. Elas simbolizam a decadência da vida humana. Acompanha a imposição de cinzas a expressão: “Lembra-te que és pó, e ao pó retornarás” – lembrando Adão expulso do Paraíso.
A liturgia, neste período, é rica em detalhes e significados: as vestes e os paramentos usados são da cor roxa, em sinal de tristeza. A cor roxa simboliza a preparação, penitência e conversão. É utilizada no Advento, na Quaresma, na Semana Santa (até Quinta-Feira Santa de manhã), e na celebração de Finados, como também nas exéquias.
Ad Maiorem Dei Gloriam
Fontes
- Veritatis Splendor acessado em 13/02/2023
- Canção nova acessado em 13/02/2023
- Cléofas acessado em 13/02/2023
- Cnbb acessado em 13/02/2023