Neste ano que passou, vivenciamos experiencias que nos levaram a pensar seriamente como seria o ano de 2023.

Finalmente chegamos a 2023, cheio de desafios e dúvidas, porém como iniciar um ano em meio a tantas incertezas?
O que você encontrará neste artigo:
A vida Cristã.
A confiança de Deus em nós.
As Incertezas
Então, o que fazer?
Por fim…
A vida Cristã.
Caminhamos, em nossos dias, por trilhas nas quais nos deparamos com diferentes desafios e crises: sociais, econômicos, religiosos…de vida. O fato de estar vivo já é motivo suficiente para celebrar e ainda é mais desafiador quando é possível termos uma ocupação que nos ofereça os recursos para podermos manter nossa família.
As incertezas nos cercam todos os dias e os evangelistas já há dois mil anos atrás nos relatavam o que Cristo nos dizia quanto as dificuldades que teríamos por seguirmos os seus ensinamentos, como bons Católicos Apostólicos Romanos:
“16. Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.” [Jo 13,16]
“23. Em seguida, dirigiu-se a todos: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. 24. Porque, quem quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, irá salvá-la. 25. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?” [Lc 9,23-25]
A confiança de Deus em nós.
Garrigou-Lagrange, em sua obra “A Providência e a confiança em Deus” nos relembra o quão Deus nos é fiel e, em sua sabedoria, ele nos oferece os desafios à medida de nossas capacidades, muitas vezes desconhecidas por nós mesmos. Em tudo Deus está e nele todas as coisas estão contidas para o nosso crescimento.
“Nada acontece, seja no mundo material quanto no espiritual, que Deus não tenha previsto desde toda a eternidade, pois ele não passa, como nós, da ignorância ao conhecimento, e os acontecimentos não lhe podem ensinar nada de novo”.
O apóstolo dos gentios, em suas cartas destinadas aos coríntios e aos Romanos, traz ao coração daquelas comunidades a verdade do que é o pertencimento de todo homem a Cristo e, por conseguinte, a Deus.
“Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus”. [1Cor 3,23].
“Sabemos que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu eterno desígnio [Rm 8,28]
Em complemento ao texto de Garrigou-Lagrange, estas passagens devem nos levar à reflexão sobre como somos amados e desejados por Deus em todos os momentos, principalmente nas dificuldades de cada um de nossos dias.
As incertezas
As incertezas que se mostram neste tempo de crise são resultado da somatória de uma série de fatores que vão desde o descontentamento quanto ao momento político, a falta de clareza sobre a economia (que afeta a vida das família), a preservação de direitos naturais como os de professar a sua fé, de expressar sua opinião livre de repressões por uma polarização de Ideologias que não estão de acordo com o pensamento Cristão.
Grande parte das incertezas (me arrisco a dizer que em sua totalidade), foram (são) geradas no ventre do modernismo onde Deus não é admitido de forma alguma, mas sim são cultivados o materialismo e mundanismo para tomarem de assalto o espaço que é preenchido pela verdade da fé.
Sobre isto Dom Athanasius Schneider nos conta em seu livro “Christus Vincit” que o relativismo e o secularismo crescem no pensamento europeu, que espalha seus erros pelo mundo todo como uma nova forma de moda, de dar a ideia (falsa, mentirosa) ao jovem de como é o “saber viver em sociedade”. Nele ele declara:
“O secularismo procura banir Jesus Cristo da vida pública. O secularismo está conectado ao relativismo porque quando o homem diz: ´Eu determino o que é a verdade’, então isso pode ser a verdade nessa geração e, quando a próxima geração chegar, poderá haver outra verdade. Assim está sempre mudando. Isso é o Relativismo. […]O relativismo é uma fuga da realidade.”
E nossa Igreja, Católica Apostólica Romana também está vítima deste relativismo ideológico onde falar sobre Cristo em público ou ser seu seguidor caminha para que seja classificado como crime de opinião e até de discriminação. Absurdo.
Então, o que fazer?
São tempos difíceis e que requerem de todos nós, Cristãos Católicos, sermos fiéis na fé em Cristo de forma plena, vivaz e verdadeira o que quer dizer, de forma prática, que sejam vivenciados de forma completa a atenção na vigilância, jejum e oração, testemunhar a Cristo em todas as esferas através de atitudes exemplares das virtudes Cristãs e em defesa da fé e da família.
Os meios de comunicação, muitos deles polarizados e que levam intencionalmente a confusão ao pensamento daqueles que consideram estes meios como fontes primárias, devem ser encarados com muito cuidado e questionamento quanto tudo aquilo que nos é apresentado como sendo uma verdade e que deve ser seguida.
Aqui a bússola mais confiável é aquela que pode ser facilmente utilizada:
Nesta situação, o que Cristo faria em meu lugar?
O que Maria, mãe de Deus faria se estivesse agora, aqui?
De pronto, como resposta imediata, poderíamos dizer que Cristo nos mostraria, por seu exemplo e por suas atitudes, como sermos perseverantes na confiança em Deus e Maria, em sua plenitude de mãe, nos mostraria seu silêncio e sua fé em Deus pai, em seu filho Jesus Cristo e em seu esposo, o espírito Santo.
Aqui, devemos ter vivos em nossos corações, a verdade do evangelho, a luz dos escritos do Sagrado magistério e a Santa Tradição da Igreja que são os instrumentos para orientação de nossos caminhos e que devem ser buscados nas fontes primárias e lidos com a unção do Espírito Santo.
Nosso amado e eterno Papa Emérito Bento XVI, em sua serena e vibrante alocução que constitui a última palavra pública de seu pontificado, exorta a amarmos a Igreja em todos os momentos, o que fez até o seu último dia de vida:
“Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer opções difíceis, árduas, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não nós mesmos”
Por fim…
Em suma, sigamos mais uma vez a orientação que nosso Santo Papa, agora nos céus, Bento XVI nos dá como um luzeiro para dias tão difíceis:
“Agradeçamos ao Senhor por cada um dos nossos dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus ama-nos, mas espera também que nós o amemos!
[…] Deus guia a sua Igreja, sustenta-a sempre também e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos de vista esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós envolvendo-nos com o seu amor.”