Assunto que dá bastante “pano para mangas”, como já dizia meu avô, do alto de sua sabedoria caipira, é o que diz respeito ao Feminismo e o Dia Internacional da Mulher.
De fato, nada mais justo e necessário comemorar todos os dias do ano como sendo dedicados a mulher, fruto do amor de Deus por sua criação (já que o pai supremo viu que o homem precisava de um complemento que fosse digno, belo e trouxe a mulher não do pó, mas do próprio homem).
Porém há mais “panos” enroscados na origem histórica daquela data que se propõe ser uma homenagem à beleza da mulher.

Saiba, nas próximas linhas, o que está por trás desta data que sim, deve ser comemorada, mas não com o enfoque classista que frentes ideológicas amam levar adiante. Bastante curioso, o que se defende nos últimos tempos é deixar de ser comemorado o dia das mulheres (com todo seu feminismo incrustado até as entranhas) e passar a ser ovacionada a data como da “diversidade”.
Ainda me lembro de uma célebre frase do personagem Saruman, interpretado por ninguém menos do que Cristopher Lee, no clássico de Tolkien “O Senhor dos Anéis: A irmandade do Anel”. Ele dizia, com toda a sua maldade de mago e mirando a sua palatir: “O mundo está mudando…”.
Nada mais atual: o feminismo que “elevou” o espírito feminino aos berros, agora deixa o elemento primário de sua ideologia e se adapta àquelas novas ondas que buscam acabar com a identidade do homem e da mulher.
Nada mais próprio de um pensamento que busca somente ser revolucionário e que tem como objetivo destruir a obra do Criador: a família em sua essência.
O que você encontrará neste artigo:
- O dia da mulher e suas origens
- A mulher tem o primado do coração, do amor.
- A presença da mulher na história da Igreja
- O radicalismo Feminista insano.
- Feminismo ou “Feminismo”?
- Maria. A mãe de Deus.
O dia da mulher e suas origens
A história nos conta que a primeira grande frente feminista se iniciou entre 1890 e 1920, e correu até o início da década de 1960.
Liderados por representantes da Inglaterra e dos EUA, seu objetivo mais importante foi estabelecer direitos iguais para homens e mulheres. Seus esforços levaram aos direitos de voto para as mulheres em 1920 nos EUA e em 1918 na Polônia.
As datas e acontecimentos
Em 26 de fevereiro de 1909, houve uma passeata de mais de 15 mil mulheres nas ruas de Nova York denunciando as condições desumanas em que viviam as trabalhadoras do sex feminino nas fábricas Americanas.
Salários irrisórios, jornadas de mais de 16 horas, assédios morais e sexuais, espancamento e vexação em público eram algumas das pautas.
Outro fato seria a memória das 125 mulheres vítimas do incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, em 25 de março de 1911.
Entretanto, a proposta efetiva de haver uma data própria para o dia internacional da mulher (apesar de não definir qual seria a data) veio de Clara Zetkin, professora e jornalista alemã.
Ativista de ideologia comunista, propôs a ideia durante a Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, no ano de 1910. A proposta foi unanimemente aceita.
Em 23 de fevereiro de 1917, pelo calendário russo, 8 de março pelo calendário Gregoriano, cerca de 90 mil mulheres russas sob a batuta de Aleksandra Kollontai, protestaram nas ruas de São Petesburgo. Ali a turba bradava o lema “pão para os nossos filhos!” e “retorno de nossos maridos das trincheiras!”.
Maridos sendo mortos na primeira guerra mundial e o país em miséria e desolação – motivos suficientes para implosão da sociedade.
Assim, a ONU (Organização das Nações Unidas), em 1975 oficializa a data de 8 de março como o dia Internacional da Mulher.
A mulher tem o primado do coração, do amor.
O Papa Paulo VI nos fala que “se o homem tem o primado da razão, a mulher o tem do coração, do amor”. Por sua vez, a Santa Madre Teresa de Calcutá disse que “o mundo pode ser salvo pela vitória do amor”.
Seria muito natural concluir, após estas duas frases sobre o amor e a mulher, que “o mundo pode ser salvo pela Mulher desde que seja fiel à sua identidade original dada por Deus. Dizem que o homem é a cabeça do casal, mas que a mulher é o pescoço, portanto gira a cabeça. A mulher pode levar o homem às alturas ou precipitá-lo nos abismos.” (Prof. Felipe Aquino).
A Igreja nunca se furtou da responsabilidade em enaltecer a mulher em sua dignidade e importância, diferentemente do que se escreveu criminosamente por movimentos feministas radicais, que acusavam os Católicos de “conservadores que não respeitam os direitos da mulher em sua individualidade”.
São Joao Paulo II escreve:
Por desgraça somos herdeiros de uma história de enormes condicionamentos que, em todos os tempos e em cada lugar, têm tornado difícil o caminho da mulher, desprezada em sua dignidade, esquecida em suas prerrogativas, marginalizada frequentemente e inclusive reduzida à escravidão. Isto lhe tem impedido de ser profundamente ela mesma e tem empobrecido a humanidade inteira de autênticas riquezas espirituais. (Joao Paulo II – Carta às mulheres, 1995)
A presença da mulher na história da Igreja
Como falar de protagonismo machista na Igreja de Cristo?
Quando nos deparamos com as linhas do Gênesis sobre a resposta de Deus a Satanás pelo mal que aquele provocou à humanidade fica bem claro quem será o inimigo (a) natural do maligno:
“Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. [Gn 3,15]
Sim, à mulher é dado o poder para submeter Satanás, o traidor da vontade divina, e pisar em sua cabeça de forma impiedosa. Esta mulher é a mãe de Deus por onde entrará a salvação do Mundo: Maria Santíssima.
Na Santa Igreja temos a mulher como pérola da vontade divina. Sarah, Esther, Miriam, Raabe, Débora a Juíza, Rute, Ana, Lídia, Maria Madalena e… Maria Santíssima fazem saber o poder de Deus impresso no gênero feminino. Mulheres fortes em suas naturezas. Sábias em seus atos, humildes e decididas.
E pela graça da Tradição, temos histórias de mulheres que são exemplos do verdadeiro protagonismo feminista, com determinação, feminilidade e devoção. Teresa D´Ávila, Teresinha de Jesus, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce dos Pobres, Isabel de Castela, Joana D´Arc, Santa Bakita, Rita de Cássia, Catarina de Sena, entre tantas outras.
Bento XVI escreve em sua homilia lida no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, em abril de 2020, uma bela reflexão sobre as mulheres no tempo de Cristo:
“Em todos os Evangelhos as mulheres tiveram um grande espaço na narração da morte e da ressurreição de Cristo. Naquele tempo, em Israel, o testemunho das mulheres não tinha um valor oficial e jurídico, mas as mulheres viveram uma relação especial com o Senhor, o que é fundamental para a vida concreta da comunidade cristã”
O radicalismo Feminista insano.
Voltando à história, vale relembrar que aquilo que poderia ser fonte de graça e de grandes feitos em defesa da mulher, como peça fundamental da sociedade e de formação da família, passa a protagonizar atos de ideologia política. Ideologia nefasta e cruel que perverte o que é ser feminino para ser transformado em Feminismo…
Segue como exemplo o que aconteceu em 8 de março de 2020 na Catedral de Nossa Senhora da Assunção, em Hemorsillo, México. No Dia Internacional da Mulher, feministas radicais interromperam a missa e vandalizaram a Catedral, causando terror em homens, mulheres e crianças. Para defenderem suas vidas e os objetos litúrgicos, os fiéis foram obrigados a criar barricadas com os bancos de madeira.
Atos como este demonstra como o feminismo alimenta a degradação moral da sociedade a ponto de colocar em risco aqueles que, de maneira pacífica, discordam de suas bandeiras idealistas, fundamentadas em princípios onde a família é uma ameaça.
O movimento se opõe a campanha de combate à gravidez precoce, incentiva a prática do sexo livre e, por consequência, o assassinato de bebês no ventre de suas mães, sem o menor pestanejar. Não esqueçamos também o apoio desvelado ao homossexualismo.
Fica muito claro que há uma agenda contra a Igreja, contra a influência cristã no pensamento humano.
Feminino ou “Feminismo”?
Será que ser feminista é vociferar palavras de ordem, seguir uma doutrina onde as pessoas são enganadas por verdadeiras lavagens cerebrais que reprogramam seu intelecto de forma doentia para o radicalismo?
Seria então adotar uma postura de um autômato que que absorve as clássicas ideias de “meu corpo, minhas regras” ou “Lute como uma garota”, acompanhadas de imagens de meninas com punhos cerrados, sorrisos artificiais e braços de lutador de boxe?
Ou será que ser feminista é buscar as raízes férteis da grande presença da mulher na sociedade, aquela que sustenta o amor em sua família, que luta com “determinada determinación” (Teresa D´Ávila) por seus ideais se que se perca a sua docilidade?
A mulher tem presença decisiva na vida da humanidade e é exemplo de onde se pode chegar pelo amor e pela observância à vontade de Deus. Ela nos deve fazer pensar no que é ser feminina e não, feminista.
Esta mulher tem nome: Maria.
Maria. A mãe de Deus.
Maria. Aquela que disse “SIM” quando poderia dizer “Não”. Aquela que não mentiu para seu futuro esposo sobre sua gravidez.
Maria. Que em final de gravidez, viaja 140 quilômetros em lombo de burro e aceitou dar à luz ao filho de Deus em um estábulo. A mulher, menina ainda, que percorreu mais de 150 quilômetros para servir a sua prima, que precisava de ajuda.
Também foi aquela que incentiva a Jesus faz seu primeiro milagre e que, em suas lágrimas, recebe em seus braços o corpo dilacerado de seu filho amado. O mesmo que amamentou, que acariciou, que ensinou, beijou e… amou.
Que seja possível, em um raio de esperança e discernimento, que a mulher enxergue o abismo que representa o feminismo como é defendido pelos canais de comunicação interessados em fazer escravos de consumo e opte por conhecer, e viver, a grandeza daquelas mulheres que nos servem de exemplo em toda a história da humanidade.
Elas eram felizes sem precisar cerrar punhos e gritar histericamente palavras de revolta. Melhor ainda, sabiam como dominar homens, reis e guerreiros, com inteligência, graça e sensibilidade.
Assim faziam, nunca se privando de sua dignidade e sim, honrando a escolha de Deus de trazer ao mundo seu filho amado por uma mulher, quando poderia ter feito algo extraordinário.
Nada seria mais extraordinário do que Jesus ter vindo a este mundo por uma mulher!
Ad Maiorem Dei Gloriam