O nome “Leão” carrega um peso espiritual único. Trata-se um símbolo de força, coragem e realeza, associado a Cristo como o “Leão da Tribo de Judá” (Ap 5,5).
Simbolicamente, o leão representa a autoridade do Papa, que protege a fé e guia os fiéis com sabedoria. Escolher este nome é um compromisso de liderar com firmeza, como fizeram os 14 papas Leão ao longo da história, enfrentando desde invasões bárbaras até desafios modernos como a inteligência artificial.
Neste artigo veremos sobre o papa Leão: do primeiro, de 440 até o atual, de 2025.
Papa Leão I (o Grande) (440-461)
No século V, quando Roma tremia sob as invasões bárbaras, Leão I, chamado “o Grande”, emergiu como um pilar da fé.
Ele negociou com Átila, o Huno, em 452, evitando a destruição da cidade, e enfrentou os vândalos em 455.
Sua carta, o Tomo de Leão, foi fundamental no Concílio de Calcedônia (451), definindo a doutrina das duas naturezas de Cristo. Leão I fortaleceu a autoridade papal, consolidando Roma como centro da Igreja.
Papa Leão II (682-683)
No final do século VII, Leão II reinou por apenas um ano, mas sua influência foi marcante. Ele confirmou as decisões do Terceiro Concílio de Constantinopla (680-681), que condenou o monotelismo, uma heresia que negava as duas vontades de Cristo. Sua firmeza doutrinária ajudou a preservar a unidade da Igreja em um período de tensões teológicas.
Papa Leão III (795-816)
No século VIII, Leão III transformou a história ao coroar Carlos Magno como Imperador do Sacro Império Romano em 800. Este ato uniu a Igreja e o poder secular, fortalecendo o cristianismo na Europa. Sua liderança foi essencial para o Renascimento Carolíngio, promovendo cultura e fé.
Papa Leão IV (847-855)
No século IX, Leão IV, papa entre 847 e 855, protegeu Roma contra os sarracenos construindo as Muralhas Leoninas, que ainda cercam o Vaticano. Ele restaurou igrejas danificadas e promoveu a devoção aos santos. Sua coragem foi um farol em tempos de invasões.
Papa Leão V (903)
No século X, Leão V viveu um pontificado breve e turbulento. Ele foi deposto e preso pelo antipapa Cristóvão — um rival que reivindicava o papado, mas cuja autoridade não era reconhecida pela Igreja. Devido à instabilidade desse período, conhecido como o “Século das Trevas” por seu clima de declínio, pouco se sabe sobre as contribuições de Leão V. Sua história reflete bem os grandes desafios enfrentados pela Igreja naquela época.
Papa Leão VI (928)
Também no século X, Leão VI liderou por poucos meses em meio a conflitos políticos. Sua gestão buscou manter a ordem em Roma, mas registros escassos limitam o conhecimento de suas ações. Ele simboliza a resiliência papal em tempos difíceis.
Papa Leão VII (936-939)
No século X, Leão VII trabalhou para restaurar a disciplina eclesiástica. Ele apoiou reformas monásticas beneditinas, promovendo a renovação espiritual. Sua liderança foi um esforço para estabilizar a Igreja em um período de crise.
Papa Leão VIII (963-965)
No século X, Leão VIII enfrentou disputas entre o imperador e a nobreza romana. Inicialmente eleito como antipapa, foi reconhecido como legítimo. Sua gestão reflete as tensões políticas que desafiaram a autoridade papal.
Papa Leão IX (1049-1054)
No século XI, Leão IX foi um reformador que combateu a simonia e o casamento clerical, preparando o terreno para a Reforma Gregoriana, que se consolidaria durante o pontificado do papa Gregório VII. Seu pontificado terminou marcado pelo Grande Cisma de 1054, que separou a Igreja Católica da Ortodoxa. A coragem de Leão IX ajudou a moldar a Igreja medieval.
Papa Leão X (1513-1521)
No século XVI, Leão X, membro da influente família Médici — símbolo do Renascimento por seu impulso às artes, ciências e política — foi um grande patrono das artes, apoiando artistas como Michelangelo e Rafael. No entanto, a venda de indulgências durante seu pontificado, usada para financiar a Basílica de São Pedro, acabou por desencadear a Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero em 1517. Seu papado marcou um momento de grande transição na história da Igreja.
Papa Leão XI (1605)
No início do século XVII, Leão XI reinou por apenas 27 dias. Sua piedade e desejo de reconciliação após a Reforma marcaram seu breve pontificado. Ele é lembrado como um pastor humilde em tempos de tensão.
Papa Leão XII (1823-1829)
No século XIX, Leão XII restaurou a influência da Igreja após as Guerras Napoleônicas. Ele promoveu a educação católica e fortaleceu seminários, enfrentando o liberalismo crescente. Sua liderança buscou renovar a fé em um mundo em transformação.
Papa Leão XIII (1878-1903)
No final do século XIX, Leão XIII, conhecido como o “Papa dos Trabalhadores”, publicou a encíclica Rerum Novarum (1891), que lançou as bases da doutrina social católica. Ele incentivou o estudo de São Tomás de Aquino e promoveu o diálogo entre fé e razão, guiando a Igreja na Revolução Industrial. Também compôs a oração a São Miguel Arcanjo em 1886, segundo a tradição, após uma experiência mística que ele teria tido.
Papa Leão XIV (2025-presente)
Em 8 de maio de 2025, o Cardeal Robert Francis Prevost, primeiro papa norte-americano, assumiu o nome Leão XIV, homenageando Leão XIII. Naturalizado peruano em 2015, é o primeiro papa da Ordem de Santo Agostinho e o segundo das Américas, após Francisco. Sua formação acadêmica inclui doutorado em Direito Canônico pela Universidade de São Tomás de Aquino. Desde os primeiros sinais de seu governo, Leão XIV tem indicado uma agenda que busca a unidade da Igreja sem abrir mão da verdade.
Os 14 Papas Leão, desde o século V até o presente, formam uma linhagem de líderes que, como o leão, guiaram a Igreja com força e coragem. De Leão I, que defendeu Roma e a fé, a Leão XIV, que enfrenta os desafios da era digital, cada um deixou um legado de proteção e renovação.
Como fiéis, somos chamados a obedecer ao Santo Padre, Leão XIV, 267.º sucessor de São Pedro, rezando por sua missão de guiar a Igreja.
Que sua liderança nos inspire a viver com fé e esperança.