Nossa Senhora das Dores: um convite à conversão

Redação VOTC

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A devoção a Nossa Senhora das Dores é um dos tesouros espirituais mais profundos da tradição católica. 

Contemplando as dores da Santíssima Virgem, unimo-nos à sua compaixão ao pé da Cruz e mergulhamos no mistério redentor do sofrimento de Cristo. 

Neste artigo, você conhecerá a origem dessa devoção mariana, quais são as sete dores de Maria, o significado espiritual dessa prática, a poderosa promessa ligada à sua veneração e a ladainha tradicional para honrar a Mãe Dolorosa. 

Que este caminho o inspire a unir-se mais intimamente ao Coração Imaculado de Maria.

 

A Origem da Devoção

A devoção a Nossa Senhora das Dores remonta aos séculos XIII e XIV, sendo particularmente promovida pela Ordem dos Servos de Maria, também conhecidos como Servitas. 

Fundada em Florença, essa ordem mariana contemplava a Virgem sob o título de “Nossa Senhora das Sete Dores”, venerando especialmente os momentos em que o sofrimento materno de Maria se unia ao sacrifício de Cristo.

Em 1668, a devoção foi oficialmente aprovada pela Santa Sé. No século XIX, o Papa Pio VII, após ter sido milagrosamente libertado da prisão por intervenção atribuída à Virgem Dolorosa, estendeu a festa litúrgica a toda a Igreja, fixando sua celebração em 15 de setembro, um dia após a Exaltação da Santa Cruz.

 

As 7 Dores de Nossa Senhora

As sete dores de Maria não são apenas episódios narrativos: são passos de um itinerário espiritual de união com a Paixão de Cristo. 

São elas:

  1. A profecia de Simeão (Lc 2,25-35) – Quando o velho Simeão profetiza que uma espada transpassará a alma de Maria.
  2. A fuga para o Egito (Mt 2,13-15) – A angústia da Mãe ao fugir com o Menino para escapar da fúria de Herodes.
  3. A perda do Menino Jesus no Templo (Lc 2,41-50) – Três dias de busca aflita até reencontrá-lo entre os doutores.
  4. O encontro com Jesus no caminho do Calvário (Lc 23,27-31) – O olhar silencioso entre Mãe e Filho no caminho do sacrifício.
  5. A crucificação e morte de Jesus (Jo 19,25-30) – Maria permanece de pé ao pé da Cruz, partilhando as dores do Redentor.
  6. A descida do corpo de Jesus da Cruz (Lc 23,50-54) – A dor ao receber nos braços o Filho morto.
  7. O sepultamento de Jesus (Lc 23,55-56) – A solidão ao ver o corpo do Filho ser encerrado no túmulo.

Cada dor é uma janela para o coração imaculado de Maria, que participou intimamente do mistério da Redenção.

 

O Significado da Devoção

A devoção a Nossa Senhora das Dores é mais do que um culto à tristeza: é uma escola de amor, fidelidade e fortaleza. 

Maria não é apenas espectadora do sofrimento do Filho; ela é sua colaboradora silenciosa, a nova Eva, unida ao novo Adão na obra da salvação.

Contemplar as dores de Maria nos conduz a uma espiritualidade profundamente cristocêntrica. 

Ao meditar sobre seu sofrimento, aprendemos a unir nossos próprios sofrimentos aos de Cristo, pela intercessão daquela que melhor soube sofrer com Ele.

 

A Promessa Ligada à Devoção

A tradição católica, baseada nas revelações privadas aprovadas a santos como Santa Brígida da Suécia, narra que Nossa Senhora prometeu sete graças àqueles que diariamente meditassem suas dores:

  1. Paz nas famílias.
  2. Iluminação nas decisões.
  3. Consolação nas tribulações.
  4. Proteção espiritual.
  5. Assistência nos momentos de tentação.
  6. Defesa visível contra o demônio na hora da morte.
  7. A graça da perseverança final e salvação eterna.

Essas promessas foram confirmadas pela prática constante da Igreja e reconhecidas por vários Papas ao longo dos séculos.

 

Ladainha de Nossa Senhora das Dores

Composta por Pio VII em 1809, no cativeiro sob Napoleão.

Senhor, tende piedade de nós (2x)
Jesus Cristo, tende piedade de nós (2x)
Senhor, tende piedade de nós (2x)

Jesus Cristo, ouvi-nos (2x)
Jesus Cristo, atendei-nos (2x)

Deus, pai dos Céus, tende piedade de nós
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós

Santa Maria, rogai por nós
Santa Mãe de Deus, rogai por nós
Santa Virgem das virgens, rogai por nós
Mãe crucificada, rogai por nós
Mãe dolorosa, rogai por nós
Mãe lacrimosa, rogai por nós
Mãe aflita, rogai por nós
Mãe abandonada, rogai por nós
Mãe desolada, rogai por nós
Mãe despojada de seu Filho, rogai por nós
Mãe transpassada pela espada, rogai por nós
Mãe consumida pelas tribulações, rogai por nós
Mãe repleta de angústias, rogai por nós
Mãe cravada na Cruz em seu coração, rogai por nós
Mãe tristíssima, rogai por nós
Fonte de lágrimas, rogai por nós
Ápice dos sofrimentos, rogai por nós
Espelho de paciência, rogai por nós
Rochedo de constância, rogai por nós
Âncora de confiança, rogai por nós
Refúgio dos desamparados, rogai por nós
Escudo dos oprimidos, rogai por nós
Vencedora dos incrédulos, rogai por nós
Conforto dos miseráveis, rogai por nós
Remédio dos enfermos, rogai por nós
Fortaleza dos fracos, rogai por nós
Porto dos náufragos, rogai por nós
Bonança nas borrascas, rogai por nós
Recurso dos aflitos, rogai por nós
Terror dos insidiosos, rogai por nós
Tesouro dos fiéis, rogai por nós
Olho dos Profetas, rogai por nós
Báculo dos Apóstolos, rogai por nós
Coroa dos Mártires, rogai por nós
Luz dos Confessores, rogai por nós
Pérola das Virgens, rogai por nós
Consolação das viúvas, rogai por nós
Alegria de todos os Santos, rogai por nós

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Jesus.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Jesus.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Jesus.

Oremos.

Lançai vosso olhar sobre nós, livrai-nos e salvai-nos de todas as angústias pela virtude de Jesus Cristo, Amen.

Imprimi, Senhora, as vossas feridas em meu coração, para que possa ler nelas a dor e o amor, a dor para suportar, por ti, toda dor; o amor para desprezar, por ti, todo amor.

Orações

Credo…

Salve Rainha…

Ave Maria… (3x)

℣. Nossa Senhora das Dores,
℟. Rogai por nós.

 

Uma Devoção para os Tempos Difíceis

Num mundo cada vez mais avesso à dor e ao sacrifício, a devoção a Nossa Senhora das Dores nos ensina o valor redentor do sofrimento vivido com amor e fé. 

Ela é um farol para os que sofrem em silêncio, uma conselheira firme para os que passam pela cruz. A Mãe Dolorosa não abandona os seus — ela os molda à imagem do Crucificado.

Incentivamos você a tomar parte nessa tradição milenar. Reze diariamente as sete dores. Medite-as. Faça delas um caminho de santificação. E permita que, como Maria, seu coração também se una plenamente ao Coração de Jesus.

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