Ao longo dos séculos, homens e mulheres comuns se tornaram testemunhas extraordinárias da fé cristã. De realidades e tempos distintos, deixaram marcas profundas na história da Igreja, cada um à sua maneira.
Santa Alice, mesmo isolada pela lepra, encontrou força no Sagrado Coração de Jesus; São Benildo, mestre e religioso, fez da simplicidade o caminho da santidade; São Cornélio, papa e mártir, defendeu a misericórdia em tempos de divisão. Santa Dorotéia, Santo Eustáquio, Santa Flávia Domitila e Santa Gisela testemunharam o Evangelho em meio a perseguições, coroas e claustros.
Santo Hilário, São Justino e São Roberto Belarmino colocaram a inteligência a serviço da fé, combatendo heresias e explicando com profundidade o mistério cristão. Santa Inês de Praga e Santa Lídia mostraram que a caridade e o desprendimento são formas concretas de adorar a Deus. São Melquíades e São Turíbio lideraram comunidades em tempos decisivos para a Igreja, guiando-as com coragem e sabedoria.
Entre os mártires, São Nemésio e São Policarpo mantiveram-se firmes até o fim; entre os contemplativos e missionários, Santa Odila, São Vilibaldo e São Sóstenes viveram com fé inabalável o chamado à entrega total. E na humildade do serviço, Santa Zita recorda que a santidade pode florescer nas tarefas mais simples do cotidiano.
Cada um desses vinte santos — de diferentes séculos, países e vocações — revela que a santidade assume múltiplos rostos e caminhos.
Continue a leitura e descubra, neste artigo, as histórias inspiradoras de 20 santos que transformaram o mundo com sua fé e coragem.
Santa Alice
Santa Alice é chamada também de Adelaide, Aleida ou Alida. Nasceu em Bruxelas, na Bélgica, e viveu no século XIII. A jovem monja cisterciense, logo após a profissão religiosa, contraiu a terrível doença da época: a lepra. Foi segregada e rigorosamente isolada do convívio normal da comunidade. Viveu o resto de sua vida enclausurada num sótão, sofrendo a dilaceração de seu corpo pela doença e a dilaceração de sua alma pela provação divina. Encontrou forças na sua fé inabalável em Deus e, por um ano, agonizou trespassada por dores e sofrimentos. Sua espiritualidade fundava-se numa profunda devoção ao Sagrado Coração de Jesus, encontrando ali refúgio e consolo. Morreu no dia 11 de junho de 1250.
Sua memória litúrgica é celebrada em 12 de junho.
São Benildo
São Benildo era de Alverne. Nasceu no dia 13 de agosto de 1862. Aos 16 anos, entrou na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. Por muitos anos foi professor e superior de sua comunidade. Respeitoso, magnânimo, sabia fazer-se respeitar por todos. Era sobretudo um homem de fé.
Procurava viver intensamente o Evangelho no cotidiano de sua vida. E referindo-se à frase da oração do pai-nosso “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”, explicava:
Peço para “hoje”, o pão de cada dia e a graça de cada dia. O dia de amanhã já terá as suas preocupações (Mateus 6,34). O nosso Pai celeste, que é bom hoje, sê-lo-á também amanhã. Há porventura indícios de que ele se torne mau na noite próxima e pare em seguida de me ouvir? (Apud José Leite, S. J., op. cit., v. II, p. 458.)
Para ele, a vida eterna já começava aqui nesta terra, e foi neste espírito que ele entregou sua alma a Deus.
Sua memória litúrgica é celebrada em 13 de agosto.
São Cornélio
São Cornélio foi eleito papa no ano 251, logo depois da perseguição do imperador Décio. Lutou intensamente contra o cisma de Novaciano, declarado papa pela ala daqueles que excluíam da comunhão eclesiástica os que se haviam apostatado durante as perseguições.
Esses rigoristas acusavam São Cornélio de facilitar a readmissão dos apóstatas, dos decaídos, chegando ao extremo de impugnar a sua eleição. O imperador Galo, sucessor de Décio, exilou-o em Civitavecchia, onde veio a falecer. São Cipriano, bispo de Cartago, África, colocou-se a favor de São Cornélio, ajudando-o a restabelecer sua autoridade papal. Após sua morte, no ano 253, os restos mortais de São Cornélio foram conduzidos a Roma e sepultados no cemitério de São Calisto.
Sua memória litúrgica é celebrada em 16 de setembro.
Santa Dorotéia
Santa Dorotéia nasceu em Cesaréia da Capadócia e sofreu o martírio nos primórdios do cristianismo, durante as perseguições romanas. Após a morte dos pais, também vítimas da perseguição, Dorotéia entregou-se à oração e ao jejum. Era uma jovem virtuosa, bem-educada, rica e sumamente bela. Denunciada, foi levada perante o tribunal e intimada a oferecer sacrifícios aos deuses. Movida por uma santa ousadia, ela confessou a sua fé destemidamente. Foi torturada, exposta a grandes humilhações e por fim decapitada. Antes de ser executada, pediu aos carrascos que lhe concedessem uns que estavam ali momentos para rezar. Conta a lenda que estava ali um menino de cerca de seis anos. Santa Doroteia chamou-o e lhe entregou o lenço com o qual enxugara o rosto, dizendo:
“Toma este lenço, vai à casa do governador, pede para falar com Teófilo, o advogado, e lhe entrega da minha parte este lenço, dizendo: “Dorotéia, a serva do Senhor, te envia frutos do jardim de Cristo, seu Esposo e Filho de Deus, conforme seu pedido”.
De fato, um certo advogado chamado Teófilo, ao vê-la sair do tribunal, lhe havia dito em tom de deboche: “Dorotéia, esposa de Cristo, envia-me do jardim de teu esposo frutos ou rosas”.
Contam, então, que ao receber o lenço Teófilo começou a render graças a Deus. Para espanto de todos, confessou Jesus Cristo, sendo decapitado também. Santa Dorotéia é geralmente apresentada com um feixe de margaridas numa das mãos, e na outra, uma cesta cheia de flores e de frutos. Está sentada aos pés da Virgem Maria com o Menino ao colo, e tem a cabeça coroada de rosas. É considerada a Santa das Flores.
Sua memória litúrgica é celebrada em 2 de setembro.
Santo Eustáquio (príncipe)
Viveu pelo fim do século VI. Ingressou no mosteiro de Luxeuil, fundado e dirigido por São Columbano, monge irlandês. Mais tarde, deixou Luxeuil e, juntamente com São Gal e São Columbano, fundou o mosteiro de Bregentz, Suíça.
Retorna como abade do mosteiro de Luxeuil, a fim de defender os monges e o mosteiro, ameaçados de expulsão por usurpadores. Conseguiu a posse do mosteiro, restaurou a disciplina monástica, conseguiu também defender a Regra de São Columbano das acusações de Agrestino, monge dissidente que queria a extinção do mosteiro de Luxeuil. Estabeleceu no mosteiro o coro perpétuo, dia e noite, com mais de 600 monges que cantavam sem cessar louvores ao Senhor. No fim de sua vida foi acometido por cruéis sofrimentos. Morreu em Luxeuil, em 629, com aproximadamente 60 anos.
Sua memória litúrgica é celebrada em 29 de março.
Santa Flávia Domitila (mártir)
Eusébio de Cesaréia, em sua História Eclesiástica, afirma: Referem que no ano quinze de Domiciano (95 d.C.), (Flávia Domitila), sobrinha por parte da irmã de Flávio Clemente, que era então um dos cônsules de Roma, juntamente com numerosas pessoas, foi deportada para a ilha de Ponza, por ter confessado a Cristo. (Apud Mario Sgarbossa, op. cit., p. 143.)
No martírio de Santa Flávia Domitila, nobre dama romana, vemos a força penetrante do Evangelho na sociedade romana, conquistando adeptos até mesmo entre a família imperial.
Sua memória litúrgica é celebrada em 7 de maio.
Santa Gisela (Rainha e abadessa)
Era filha do duque bávaro Henrique, o Briguento. Santa Gisela nasceu por volta de 985. Apesar de sentir-se inclinada à vida religiosa, casou-se com Estevão, filho de Geiza, rei da Hungria, sendo coroada a primeira rainha cristã dos húngaros. Exerceu grande influência espiritual em seu esposo, que veio a se converter à fé cristã. Houve grande incremento do cristianismo, que ganhou numerosos templos artisticamente ordenados.
Santa Gisela conheceu sofrimento e dor, seja pela morte de seu primeiro filho, aquele que ia ser o sucessor no trono, seja pela morte de seu marido. Após a morte deste, foi perseguida, teve seus bens confiscados, foi presa e maltratada. Em 1042, foi libertada da prisão por Henrique III. Voltou para sua terra natal e fez- se beneditina no mosteiro de Niedernburg. Foi eleita a terceira abadessa-princesa, governando a abadia até 1065, data de sua morte.
Sua memória litúrgica é celebrada em 28 de março.
Santo Hilário (Bispo e Doutor da Igreja)
Nasceu em Poitiers, França, no início do século IV, e foi eleito bispo de Poitiers, no ano 350. Proprietário de terras, era casado e tinha uma filha. Espírito inquieto e sedento de verdade, incursionou por várias filosofias até encontrar na Sagrada Escritura o sentido pleno de sua vida.
Aos trinta anos, tornou-se cristão. Não muito tempo depois, foi aclamado bispo e assumiu, então, o pastoreio da Igreja a ele confiado.
Santo Hilário foi ardoroso defensor da fé recebida da tradição apostólica. Combateu intrepidamente os que negavam que Jesus fosse Deus. Isso lhe valeu o exílio.
Deixou várias obras escritas, entre as quais A trindade ou A fé, Tratado sobre os mistérios, Sobre os salmos, Contra Macêncio. Trata-se de estudos profundos e completos que lhe valeram o título de Doutor da Igreja, conferido por Pio IX.
Enganam-se os que acreditam poder impor-nos silêncio. A Palavra de Deus, que ninguém pode vencer, voará livre (apud Cardeal Arns, Santos e heróis do povo, Paulus, 1985).
Sua memória litúrgica é celebrada em 13 de janeiro.
Santa Inês de Praga
Santa Inês de Praga nasceu em 1208. Pertencia à família real. Otocaro I, seu pai, era rei da Boêmia. Foi educada por monges. Recusou-se a casar com Frederico II, imperador da Alemanha, para isso contando com o apoio do papa Gregório IX. Foi uma mulher ativa e preocupada com os problemas de seu tempo. Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres, fundando para eles um hospital. Estabeleceu ali a pobreza absoluta, renunciando às rendas e vivendo de esmolas e doações. Incentivou e apoiou os Franciscanos e as Clarissas. Para eles fundou dois mosteiros. Santa Clara, a quem devotava grande amizade, chamava-a de “metade de minha alma”. Ingressou, mais tarde, no convento das Clarissas, por ela própria fundado, onde foi nomeada abadessa.
Morreu no dia 2 de março de 1282, em Praga, em Praga, onde nasceu.
Sua memória litúrgica é celebrada em 2 de março.
São Justino
Nasceu em 103, na cidade de Siquém, na Palestina. Espírito inquieto, São Justino incursionou pelas escolas estóica, pitagórica, aristotélica… No platonismo julgou
ter encontrado a resposta para suas inquietações intelectuais e espirituais. Segundo ele próprio relata, logo percebeu que o platonismo não satisfazia inteiramente sua busca metafísica e transcendental.
Um velho sábio de Cesaréia convenceu-o de que residia no cristianis- mo a verdade absoluta; a verdade capaz de satisfazer o espírito humano mais exigente. Este encontro marcou sua conversão, aos 30 anos de idade. A partir daí, tornou-se um dos mais famosos apologistas do século II. Escreveu três apologias. Justificando a fé cristã e contra as calúnias dos adversários oferecem-nos uma síntese doutrinal. De suas numerosas obras, a mais célebre é o Diálogo com Trifão. Seus escritos nos oferecem ricas informações sobre ritos e administração dos sacramentos na Igreja primitiva.
Descontentes pelo seu bom desempenho apologético, Crescêncio e Trifão denunciaram-no como cristão. Condenado à morte, foi decapitado juntamente com outros companheiros, durante a perseguição de Marco Aurélio, imperador romano.
Sua memória litúrgica é celebrada em 1 de junho.
Santa Lídia
Santa Lídia era judia e se converteu ao cristianismo Foi batizada por São Paulo em Filipos. Comerciante de púrpura, era natural de Tiatira, na Ásia. Em Atos dos Apóstolos temos esta passagem:
Tendo embarcado em Trôade, seguimos em linha reta para Samotrácia. De lá, no dia seguinte, para Neápolis, de onde partimos para Filipos, cidade principal daquela região da Macedônia, e também colônia roma na. Passamos nesta cidade alguns dias. Quando chegou o sábado, saímos fora da porta, a um lugar junto ao rio, onde parecia-nos haver oração. Sentados, começamos a falar às mulheres que se tinham reunido. Uma delas, chamada Lídia, negociante de púrpura da cidade de Tiatira, e adoradora de Deus, escutava-nos. O Senhor lhe abrira o coração, para que ela atendesse ao que Paulo dizia. Tendo sido batizada, ela e os de sua casa, fez-nos este pedido: “Se me considerais fiel ao Senhor, vinde hospedar-vos em minha casa”. E forçou- nos a aceitar (Atos dos Apóstolos 16,11-15).
Este fato ocorreu por volta do ano 55. Santa Lídia foi uma das primeiras cristãs na Europa.
Sua memória litúrgica é celebrada em 3 de agosto.
São Melquíades
O papa São Melquíades era originário da África e foi o sucessor de Santo Eusébio, em 311, quando Máximo era imperador romano. Em 312, Constantino subiu ao oficializando a prática da religião cristã. Foi um tempo de expansão do cristianismo.
São Melquíades trabalhou intensamente para recuperar os bens da Igreja, que haviam sido confiscados durante a perseguição. Zelou também pela integridade da fé cristã, ameaçada pelas heresias de Donato e de Ceciliano. Para pôr fim às dissensões internas da Igreja, convocou um concílio em 313, onde procurou a reconciliação e a união dos corações divididos.
Santo Agostinho o chamou de “filho da paz e pai dos cristãos“. Morreu no dia 10 de janeiro de 314 e foi enterrado no cemitério de São Calisto.
Sua memória litúrgica é celebrada em 10 de dezembro.
São Nemésio
São Nemésio viveu em Alexandria, Egito. Sofreu o martírio durante a perseguição do imperador Décio. Foi torturado e queimado vivo. Juntamente com ele muitos outros mártires padeceram atrozes sofrimentos e se mantiveram firmes na fé. São Dionísio referiu-se à perseguição na cidade de Alexandria: O terror foi geral. Muitas pessoas, das mais consideráveis, cederam logo. Uns, abatidos pelo temor, apresentavam-se espontaneamente aos magistrados. Outros, que tinham cargos públicos, eram levados aos juízes pelas mesmas funções que ocupavam. Outros ainda, eram delatados pelos inimigos. Chamados para sacrificar aos deuses, não tinham forças suficientes para não o fazer. Outros, todavia, firmes como colunas, a tudo suportavam e renderam o glorioso testemunho de Jesus Cristo… O temor de tal perseguição fez com que muitos cristãos fugissem para os desertos vizinhos do Egito, ou para as montanhas, onde muitos morreram de sede e de fome, foram mortos por ladrões ou devorados pelas feras. (Apud Padre Rohrbacher, op. cit., v. XXI, p. 338ss.)
Sua memória litúrgica é celebrada em 19 de dezembro.
Santa Odila
Santa Odila nasceu na França e viveu no século VII. Cega de nascença, foi rejeitada pelo pai. A mãe confiou-a a uma antiga ama. Aos 12 anos foi levada ao mosteiro de Baumeles-Dames para ser batizada. No Batismo, Santa Odila adquiriu a visão. Alguns anos depois, retornou à casa paterna. Temendo que o pai a obrigasse a casar, fugiu disfarçada de mendiga. Entretanto, sob juramento, o pai prometeu deixá-la livre para seguir sua vocação. Retornou pela segunda vez à casa paterna. Recebeu do pai um castelo nas montanhas de Hohenburg, o qual foi transformado num grande mosteiro. Mandou construir ao pé da montanha um hospital para pobres e leprosos. Todos os dias ela descia da montanha para visitar os enfermos e prestar-lhes assistência. No ano 700 fundou ao lado do hospital um outro mosteiro – Mosteiro de Baixo. Ao morrer, no ano 720, ela havia se tornado popularíssima em toda a França. É a padroeira da Alsácia. Como Santa Luzia, é invocada contra os males da vista.
Sua memória litúrgica é celebrada em 13 de dezembro.
São Policarpo (mártir)
São Policarpo foi bispo de Esmirna. Discípulo de São João Apóstolo, conheceu também muitos daqueles que estiveram com Jesus e viram com os próprios olhos o que o Mestre realizou. Era amicíssimo de Santo Inácio de Antioquia. Sofreu o martírio durante a perseguição de Marco Aurélio, que tinha os cristãos como inimigos do Império. Estava em oração quando os soldados chegaram para prendê-lo. Acolheu-os com amabilidade e cortesia. Pediu-lhes que entrassem e descansassem por algum tempo. Deu-lhes de comer e de beber, pedindo- lhes permissão para terminar as suas preces.
Perante o tribunal, e diante da insistência do pro-cônsul Estácio Quadrato para que negasse a Cristo, São Policarpo declarou: Faz 86 anos que sirvo a Deus e nunca me fez mal algum. Como poderia blasfemar o meu Redentor?
São Policarpo foi queimado vivo, no meio do anfiteatro de Esmirna.
Sua memória litúrgica é celebrada em 23 de fevereiro.
São Roberto Belarmino (Bispo e Doutor da Igreja)
São Roberto Belarmino nasceu em Montepulciano no ano de 1542.
Em 1560 ingressou na Companhia de Jesus. Estudou teologia em Pádua e Lovaina. Em 1576 tornou-se o primeiro titular da cadeira de apologética na Universidade Gregoriana (Colégio romano). Foi professor de São Luís Gonzaga. Em 1599, foi feito cardeal e arcebispo de Cápua. Teólogo oficial da Igreja, São Roberto Belarmino foi um homem muito discutido durante a Reforma Católica. O seu maior empenho foi difundir a doutrina proclamada pela Igreja durante o Concílio de Trento. Legou-nos várias obras: Controvérsias, na qual expõe de maneira monumental a doutrina católica; Catecismo (Doutrina cristã breve), exposição da doutrina cristã em forma popular (foi traduzido em mais de cinqüenta línguas, um verdadeiro best-seller com mais de 400 edições); A arte de bem morrer. Por tudo isso e pelo zelo que teve pela doutrina da Igreja, foi declarado Doutor da Igreja. Morreu em Roma, em 1621.
Sua memória litúrgica é celebrada em 17 de setembro.
São Sóstenes
São Sóstenes viveu no primeiro século e foi discípulo do apóstolo Paulo. O Martirológio afirma a seu respeito: Perto de Corinto, a morte de São Sóstenes, um dos discípulos do bem-aventurado apóstolo Pau- lo, que o menciona ao escrever aos Coríntios. Sóstenes era chefe da sinagoga daquela cidade, mas, convertido a Jesus Cristo, foi batido com violência em presença do procônsul Galião, consagrando por um glorioso princípio as primícias da sua fé (primeiro século). De fato, na primeira Carta aos Coríntios, Paulo diz: Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade e chamado de Deus, e o irmão Sóstenes, à Igreja de Deus que está em Corinto… (1 Coríntios 1,1).
Sua memória litúrgica é celebrada em 28 de novembro.
São Turíbio
São Turíbio é chamado de “Apóstolo do Peru” de “Novo Ambrósio”. Nasceu em Mayorga, Espanha, em 1538, e morreu no dia 23 de março de 1606, numa quinta-feira santa. Era descendente de nobres de Leão. Estudou em Valladolid, Salamanca e Santiago de Compostela. Foi bacharel em Direito e membro da Inquisição (1573). Em 1581, tornou-se arcebispo de Lima, Peru. Sua jurisdição estendia-se por Cuzco, Cartagena, Popayán, Assunção, Caracas, Bogotá, Santiago, Concepción, Córdoba, Trujillo e Arequipa. Por três vezes visitou sua diocese, anunciando o Evangelho, administrando os sacramentos e lutando ao lado dos índios em defesa de sua dignidade. Obrigou o clero a se instruir, restaurou a disciplina, construiu escolas, igrejas, e fundou em Lima o primeiro seminário da América Espanhola. Ao morrer, fez questão de receber o viático numa capelinha indígena. Nos últimos instantes de sua vida, pediu que fossem cantados os Salmos 116 e 31.
Sua memória litúrgica é celebrada em 23 de março.
São Vilibaldo
São Vilibaldo ou Guilhebaldo nasceu por volta do ano 701. Era filho de São Ricardo, rei dos saxões. Segundo a tradição, sua mãe, Winna, era irmã de São Bonifácio, apóstolo da Alemanha. São Vilibaldo foi educado na abadia de Waldreim. Acompanhou o pai e o irmão Vinebaldo numa peregrinação a Roma. Seu pai morreu em Lucca, Itália, antes de chegar a Roma. De Roma São Vilibaldo partiu para a Terra Santa e ali permaneceu sete anos. Por volta de 728, retornou à Itália. Recolheu-se, então, no mosteiro de Montecassino, onde exerceu o cargo de porteiro. Em 738 foi enviado a Roma, a serviço da Ordem, onde se encontrou com Bonifácio, o apóstolo da Alemanha. Este o levou consigo para a Alemanha, onde foi ordenado sacerdote, e 15 anos mais tarde sagrou-o bispo de Eichstadt. Fundou um mosteiro ao estilo do de Monte Cassino e presidiu a vários concílios alemães. Morreu provavelmente em 790.
Sua memória litúrgica é celebrada em 7 de julho.
Santa Zita
Santa Zita nasceu em 1218, em Monsagrati, nos arredores da cidade de Lucca. Filha de camponeses, aos 12 anos foi trabalhar como empregada doméstica na casa de uma rica família. Perguntava-se sempre a si mesma: “Isto agrada ao Senhor?”. Ou: “Isto desagrada a Jesus?”. Foi-lhe confiado o encargo de distribuir as esmolas a cada sexta-feira. E dava do seu pouco, da sua comida, das suas roupas, daquilo que possuía, das suas parcas economias. Dizem que um dia foi surpreendida enquanto socorria os necessitados. Mas no seu avental o que era alimento se converteu em flores. Por 60 anos foi doméstica. Na hora da morte tinha ajoelhada aos seus pés toda a família Fatinelli, a quem servirá toda a vida. Morreu no dia 27 de abril de 1278. Pio XII proclamou-a padroeira das empregadas domésticas do mundo inteiro.
Sua memória litúrgica é celebrada em 27 de abril.
Fonte:J. Alves. Os Santos de Cada Dia. São Paulo: Paulinas.
Importância de conhecer a vida dos santos:
Conhecer a vida dos santos é compreender como a fé cristã se encarna na história.
Suas experiências nos ajudam a interpretar o Evangelho com realismo, a valorizar a perseverança e a reconhecer que, em qualquer tempo ou condição, é possível transformar a própria vida em testemunho de Deus.