VOTC – A Igreja que viu São Paulo nascer e crescer

A cidade de São Paulo onde vivemos hoje, tem uma história lindíssima, repleta de heróis e de mártires um tanto desconhecidos, que são cemento desta metrópole tão imensa e que carrega o nome daquele apóstolo que de implacável perseguidor de Cristãos, passou a ser um dos maiores ícones da fé Cristã, especialmente a Católica.

A cidade de São Paulo onde vivemos hoje, tem uma história lindíssima, repleta de heróis e de mártires um tanto desconhecidos, que são cemento desta metrópole tão imensa e que carrega o nome daquele apóstolo que de implacável perseguidor de Cristãos, passou a ser um dos maiores ícones da fé Cristã, especialmente a Católica.

O QUE VOCÊ ENCONTRARÁ NESTE ARTIGO?

  • A Cidade de São Paulo, breve história.
  • A Venerável Ordem Terceira do Carmo, sua história.
  • A VOTC e São Paulo…tudo a ver.
  • Patrimônio Cultural de São Paulo… e do mundo!
  • Como a VOTC ajuda São Paulo a crescer, em dignidade e com amor.

A CIDADE DE SÃO PAULO, BREVE HISTÓRIA.

A cidade de São Paulo nasce a 25 de janeiro de 1554, dia da conversão de São Paulo (daí o nome da cidade) como um colégio jesuíta geograficamente instalada no planalto do Rio Piratininga, hoje chamado de Páteo do Colégio. O padre Manoel de Paiva celebra a primeira missa na palhoça que os jesuítas ali construíram, que foi denominada casa de São Paulo.

A sua localização foi determinada a partir do entendimento que aquele era um local estrategicamente ideal (seguro) para que os padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega pudessem levar Cristo a população Indígena.

O Padre Jose de Anchieta trouxe àquele lugar, a santidade jesuítica idealizada por Santo Inacio de Loyola, para que o desenvolvimento espiritual e social daqueles homens e mulheres tão simples em seus atos e vidas, e que não conheciam a Cristo, fosse vigoroso, pacífico e… amoroso.

Em 1560, São Paulo passa a categoria de vila.

Porém a Cidade somente tomou o seu lugar de ícone econômico do país no final do século 19, com a expansão agrícola, em especial na cultura do Café, que encorajou a vinda de populações de Imigrantes de todas as partes do mundo para trabalharem e fazerem tornar-se realidade, os seus sonhos. Falamos dos Italianos, Japoneses, Alemães e tantos outros que foram aqui recebidos como filhos queridos de uma amada e acolhedora mãe.

São Paulo cresce em dimensão, evolui e, na primeira metade do século 20, testemunhou a sua maior transformação: aquelas ruas antes estreitas e limitadas em pavimentação passam a ser ampliadas para receber veículos maiores e mais pedestres. Obras de arte e urbanísticas começaram a ganhar espaço visível e a atividade econômica eclodiu a ponto de se tornar destino para migrantes de todos os cantos do país em busca de oportunidade, riqueza e felicidade.

Não parando por aí, muito pelo contrário, no século XX a cidade passa a ter suntuoso crescimento vertical com grandes arranha-céus e edificações majestosas e modernizadas ao estilo Americano e europeu, nada devendo às outras metrópoles do mundo moderno o que motivou também a vinda de capital estrangeiro e da instalação de novas empresas internacionais, transformando a cidade de São Paulo em polo de tecnologia, econômico e social.

Quem diria, Padre Anchieta!?

A VENERÁVEL ORDEM TERCEIRA DO CARMO, SUA HISTÓRIA

Como nos conta o nosso grande irmão terceiro Raul Leme Monteiro, em sua obra “Carmo, Patrimônio da História, arte e Fé”, os padres Carmelitas, após aportarem na cidade de Santos em abril de 1580 e ali se estabelecerem, sobem até o planalto do Piratininga, em 1590 e, quatro anos depois são concluídas as construções do Convento e da Igreja do Carmo.

Assim, em 1594 está estabelecida em São Paulo, na várzea do Rio Tamanduateí (que viria a ser conhecida mais adiante como a esplanada do Carmo), a Ordem Primeira do Carmo, agora nominada como Provincia Carmelitana de Santo Elias.

Na data de 26 de janeiro de 1587, foi concedida a patente que autorizava a criação das Ordens terceiras do Carmo no Brasil e, no mesmo ano do estabelecimento da Ordem primeira do Carmo, em 1594, é fundada a Venerável Ordem Terceira do Carmo (Esplanada ou Ladeira), por um grupo de leigos fiéis e devotados ao Carisma Carmelitano, estes em busca de trilhar o caminho da perfeição Cristão, através dos passos de Maria e de Santo Elias.

Em 1632 é fundada a Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo.

Assim, a Venerável Ordem Terceira do Carmo Esplanada já conta com mais de 425 anos de existência em solo Paulistano e, desde a sua fundação, muitos personagens de suma importância para a história de nosso país por aqui passaram; foram irmãos ou tiveram intima relação com a Ordem.

Como exemplo da importância e veneração para com a ordem, temos que o pai do Bandeirante Fernão Dias Paes Leme, Pedro Dias Paes Leme, foi sepultado na capela-mor da Igreja do Carmo, prática comum àquela época. A isto atesta uma inscrição existente em uma das paredes da Igreja e datada de 1632 que dá ciência do fato.

Também por aqui passaram ilustres irmãos terceiros como:

Pedro Taques de Almeida, Amador Bueno da Veiga, Pe. Diogo Antônio Feijó, Libero Badaró, Conde de Prates, Dr. Antônio Franco da Rocha, Dr. Raphael Tobias de Aguiar, Barão de Itapetininga, Marquesa de Santos, Dr. Jose Maria Whitaker entre tantos outros.

Os restos mortais de alguns destes ilustres personagens estão hoje custodiados na Cripta da Ordem Terceira, como memorial de sua coragem, devoção, exemplo de vida e de louvor a Deus e a Virgem do Monte Carmelo.

Nas dependências da Ordem também se encontram as poltronas onde sentaram-se o Imperador do Brasil, Dom Pedro II e a Imperatriz, Dona Thereza Christina em 12 de abril de 1846, em visita a Ordem Terceira. Inclusive há registros de que a família Imperial acompanhava pessoalmente as procissões que tinham com partida a Igreja do Carmo em direção a Igreja Jesuíta do Pátio do Colégio.

A ORDEM TERCEIRA E A CIDADE DE SÃO PAULO

O Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500. Em 1554, era fundada a cidade de São Paulo e, apenas 46 anos depois, a VOTC se instala na várzea do Tamanduateí. Nada mais paulistano.

Se levarmos em conta a situação do transporte, das estradas, daquele ambiente a desbravar e desconhecido que fazia com que as viagens de meros quilômetros levassem meses, é bastante compreensível dizer que a VOTC nasce com São Paulo e testemunha o crescimento daquela que viria a ser a referência de polo econômico da América do Sul.

Em 1681, a vila de São Paulo é elevada a capital da Capitania de São Vicente e, na segunda-feira da quaresma do mesmo ano, a VOTC realiza a primeira procissão de Nosso Senhor dos Passo. Esta devoção será realizada anualmente até a segunda década do século XX.

Em 1684 o Irmão Pedro Taques e Almeida, Capitão-mor e governador da Capitania de São Paulo, manda construir, às suas custas na Igreja da VOTC, o altar de Jesus no calvário.

Em parágrafos anteriores descrevemos a temporalidade do crescimento da Ordem, que corre de forma contemporânea à evolução da Cidade.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA CIDADE DE SÃO PAULO… E DO MUNDO!

A Igreja da VOTC pela grandeza de suas instalações, está hoje tombada como patrimônio histórico e cultural. Possui arquitetura bela e sua rigorosa fundação foi construída a ponto de suportar petardos de canhão (sim, a Igreja foi construída para que pudesse ser abrigo seguro de clérigos e os irmãos da ordem, contra os ataques a base de obuses, comandados por piratas ou por revoltas).

Em seu interior a Igreja conta com obras estupendas de pintura, esculturas que relatam a paixão de Cristo (inclusive atrás do altar se encontra um esquife de Cristo morto), mobiliário centenário e cuidadosamente conservado, assim como uma biblioteca recém-reformada sob comando da Priora corrente.

As imagens da Virgem Maria do Monte Carmelo, Santa Teresa D’ávila e de São Joao da Cruz, mestres da espiritualidade Carmelitana, são imponentes, mas delicadas, belas e instigadoras da curiosidade de conhecer mais e mais o carisma Carmelitano.

As missas são belíssimas e toma especial atenção a anual Novena a Nossa Senhora do Carmo onde a população Paulistana lota os bancos da nave da Igreja, a procura de um lugar para participar da célebre oração que é realizada por sacerdotes dignos, em português e Latim (a língua-mãe da Igreja de Cristo), acompanhada de distintos cantos entoados pelo coro da ordem.

COMO A ORDEM TERCEIRA AJUDA SÃO PAULO A CRESCER, COM DIGNIDADE E COM AMOR.

Não bastasse toda esta informação histórica, a ordem não vive apenas de seu passado, mas também participa ativamente da vida econômica e espiritual da cidade que viu crescer, através de obras de caridade junto a entidades de apoio a irmãos em condição de rua, apoio a comunidades religiosas, ações de caridade direta com fornecimento de enorme quantidade de pães diariamente para aquela população faminta que vive no entorno da Igreja.

Como complemento, a Ordem cede um prédio na região da Sé (centro da cidade) para a renomada (por seu trabalho voluntário e efetivo) Missão Belém, que acolhe inúmeros irmãos e irmãs que por ali passam todos os dias, oferecendo banho, roupas, alimento e espiritualidade àqueles que estão invisíveis ao poder público.

A dignidade do ser humano, amado por Deus, é prioridade para as ações da Ordem Terceira do Carmo não tão somente por uma obrigação, mas sim como elemento inseparável da fé que esta incrustada nas paredes de nossa Igreja, a fé em Cristo e na Santíssima Mãe de Deus do monte Carmelo.

Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: “Você tem fé; eu tenho obras”. Mostre-me a sua fé sem obras, e eu mostrarei a minha fé pelas obras. [Ti 2:17-18]

Fé e Obras. Temos a fé em Deus e em sua Santa mãe e obras não nos falta nesta imensa cidade a qual vimos nascer e crescer!

Ad Maiorem Dei Gloriam!

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